"O amor é a asa veloz que Deus deu à alma para que ela voe até o céu".
- Michelangelo
O Lar Paulo de Tarso já acolheu integralmente centenas de crianças e adolescentes, cada uma trazendo a sua própria história de vida. Na sinopse "Lar Paulo de Tarso - Um Oásis de Esperança", que está disponibilizada acima no menu "Artigos" deste site, são relatados vários casos que foram vivenciados no Lar.
Apresentamos abaixo alguns deles, que servirão de reflexões individuais. Os mesmos foram descritos de forma resumida, referem-se a crianças e adolescentes que não mais moram no Lar, bem como sem nenhuma identificação pessoal, mantendo com isto a privacidade legalmente e eticamente exigida.
- O cobertor
Em um domingo à noite uma das meninas estava com frio e febre. Ela tinha 07 anos.
Foi enrolada em uma coberta e levada por duas pessoas para uma Unidade de Pronto Atendimento.
Enquanto as pessoas faziam os procedimentos de praxe na recepção, a criança percebeu que uma mulher próxima a ela estava sentindo frio e sem cobertor.
Em uma iniciativa de solidariedade, a menina ofereceu para a mulher o seu próprio cobertor, que deixaria ela própria sentindo o frio oriundo da febre em que se encontrava.
- Os cachorros
Uma criança de olhos brilhantes e muito vivaz.
Enquanto morava com a mãe, certo dia foi estuprada na sua localidade por uma pessoa que tinha a idade de ser seu avô.
O tempo passou. Um dia saiu com a mãe para o centro da cidade. Lá chegando, a mãe fez uso do "crack" deixando-a sozinha e sem recursos e orientação para o retorno.
Pelo centro da cidade a criança começou a morar, dormindo pelas ruas. Lá foi estuprada pela segunda vez.
Para se proteger dos “homens” passou a dormir junto com os cachorros. O poder público soube dessa situação e a retirou da rua, encaminhando-a para uma instituição. Foi estuprada pela terceira vez. O Poder Público a encaminhou para o Lar Paulo de Tarso.
Ela foi acolhida e recebeu todos os cuidados necessários, morando no Lar por quase dois anos, quando então foi inserida na família extensa.
- Abusos
Em um final de semana chegou uma menina com menos de 07 anos.
Vinha para ser protegida de supostos abusos sexuais que estariam sendo cometidos pelo pai e pelo padrasto, além da possibilidade do envolvimento de outras pessoas próximas. Todos estavam sendo investigados pelas autoridades competentes para a apuração das responsabilidades.
Ela morou alguns anos no Lar, sendo depois adotada por uma nova família.
- No quintal
Uma menina de 05 anos. Magra, subnutrida, carente de higiene, debilidades na saúde.
No primeiro dia senta-se à mesa para almoçar junto com as demais. Para surpresa de todos não toca no prato de comida, mesmo estando com fome.
Termina o almoço e uma pessoa a observa. A menina olha para um lado e para o outro e sai devagarzinho em direção ao quintal. A pessoa a acompanha de longe e observa ela se alimentando diretamente do lixo.
Ela não sabia almoçar na mesa, pois a sua vivência era de rua. Aos poucos foi educando e aprendendo novos modos.
Depois de um tempo razoável, foi adotada e mora em outro país.
- Por que choras?
Uma criança agressiva, não sabia brincar. Qualquer movimento com as demais era com violência.
O seu histórico era na rua com a mãe, que utilizava drogas e vivia na miséria material. Tinha o costume de bater constantemente na criança para que a mesma chorasse e as pessoas ao passarem pela rua ajudassem, pensando que o choro fosse ocasionado pela fome.
Aos poucos a criança foi ficando menos agressiva e mais sociável.
- Quero ser matador
Um menino foi levado pelo Conselho Tutelar. Estava passando por situações de agressividade por pessoa próxima, inclusive com suspeitas de queimaduras quando ocorria alguma contrariedade no adulto. Menino muito inteligente.
Uma vez disse que quando crescesse seria um matador, pois seguiria a "carreira" do pai. Afirmava que tinha visto o mesmo matar uma pessoa.
Muitos diálogos, acompanhamento educacional, psicológico e espiritual para que mudasse a sua disposição mental.
Na semana em que ocorreria o desacolhimento, uma pessoa lhe perguntou outra vez o que ele queria ser quando crescesse. Para surpresa geral, ele repetiu que seria matador.
Depois de todo um esforço coletivo, a resistência do menino em mudar de opinião sobre o futuro parecia irredutível. Foi quando a pessoa se lembrou de uma estratégia psicológica utilizada por Divaldo Pereira Franco em um episódio similar ocorrido na Mansão do Caminho (Salvador-BA).
A pessoa então se virou para o menino e teve o seguinte diálogo:
- Já que você quer ser matador, então eu só lhe peço que você prometa uma coisa para mim;
- Menino: assim não vale, prometer sem saber o que será;
- Você confia ou não em mim? Acha que eu pediria algo impossível ou que prejudicaria você?
- Menino: não. Confio em você. Pode pedir e eu prometo que farei.
- Como você insiste em ser matador, prometa-me que quando você for matar a primeira pessoa, essa pessoa seja eu. Só depois de você me matar, você matará outras pessoas.
- Menino (impactado e surpreso): não, não posso matar você. Isso nunca!
- Então, vai ser matador?
- Menino: não, não serei matador. Não posso matar você.
A pessoa e o menino se abraçaram e oraram juntos o Pai Nosso.
Ele foi reinserido na família original e nunca mais falou sobre querer ser matador.
- No silêncio da noite
Em um dia à noite, uma conselheira tutelar chegou com uma criança de 04 anos. Era um dia bastante chuvoso.
Ela foi encontrada sozinha sentada na calçada de sua casa. O pai tinha sido preso e a mãe se encontrava pelos labirintos das drogas.
O Lar estava com o quantitativo máximo de sua capacidade, sem nem possuir colchão para ser disponibilizado. A criança estava com febre e deitada no sofá da sala aguardando a definição sobre a possibilidade de acolhimento. Haveria como negar?
Foi acolhida. Poucos dias depois surpreendentemente também chegou o seu irmão, que não se encontrava em casa no momento do acolhimento dela.
- No Shopping Center
Um menino corria descalço com um amigo por um Shopping Center. O vigilante chamou os dois. O amigo conseguiu fugir, ele não.
Feito o contato com o Conselho Tutelar devido ao abandono da criança, o menino foi levado para o Lar.
Passou um mês e ninguém foi procurá-lo. Com a autorização do Juizado da Infância e Juventude, a sua fisionomia frontal apareceu na mídia televisiva com o objetivo de ser reconhecido por alguém.
Após a aparição, alguns contatos foram feitos e descobriu-se que o menino morava em um local bastante carente da cidade. Foi uma equipe tentar contatar os possíveis familiares, visando analisar depois junto ao Juizado a possibilidade de um futuro processo de reinserção familiar.
Chegando ao endereço indicado foi encontrada apenas a sua irmã de 03 anos, em completa situação de abandono e miserabilidade.
A irmã foi levada para também morar no Lar.
- Mãe sequestradora?
Um menino é recebido como sempre com toda a atenção e carinho. O motivo seria o envolvimento de sua mãe com o alcoolismo.
Com menos de dois dias, a mãe foi visitá-lo. Estava chorando e desesperada devido à separação do filho. Em certo momento, em uma atitude impulsiva, agarra o menino e sai correndo pela rua.
Foram feitos os procedimentos legais de contato com os órgãos competentes para o devido resgate da criança dos braços da mãe, que por um momento de profunda dor estava agora na condição de “sequestradora”.
Uma mãe envolvida no vício, em desespero pela separação do filho. Momento de compaixão e reflexão.
- Abandono na maternidade
Nasce uma criança em uma maternidade pública da nossa cidade. A mãe desaparece e a abandona. Após vários contatos, a avó paterna e o pai resolvem levá-la para a casa deles.
O tempo passa, o pai é preso. A avó deixa a criança abandonada em casa por longos períodos, em função de suas atividades no campo da prostituição.
A criança chegou ao Lar em estado de completo abandono. Foi acolhida, cuidada e depois de vários meses, foi adotada.
- Convivendo com a prostituição
Um casal de irmãos morava em condições de miséria em uma casa pequena com a sua genitora.
A mãe vivia financeiramente da prostituição, onde quase diariamente levava homens diferenciados para dormirem com ela no mesmo ambiente das crianças, que presenciavam tudo.
As crianças chegaram com impulsos nervosos característicos, necessitando de acompanhamento psicológico.
- Faca na mão
Uma criança chegou ao Lar Paulo de Tarso, em um final de semana. Era um menino, muito agitado e agressivo. Não queria obedecer aos adultos.
Morava com a avó. Em certo dia, entrou em um bar e deu um murro nas costas de um homem. Este pegou um revólver e colocou o cano dentro da boca do menino. A avó gritou desesperada e o homem não finalizou o crime.
Mais na frente o menino pegou uma faca e tentou matar a própria avó. Este foi o ponto culminante para que ocorresse o acolhimento no Lar Paulo de Tarso.
No Lar, com a devida orientação, dentro de uma educação sustentada na "cultura de paz" e na "espiritualidade do ser", aos poucos ele foi se acalmando e incorporando novos valores.
Depois de alguns meses foi reinserido na família original, mantendo uma vivência equilibrada.
- Avô, pai e neto
Durante um período de sua vida uma criança morou na rua com o próprio pai, dormindo diversas vezes pelos viadutos. Ela foi acolhida. Pouco tempo depois, o pai foi assassinado na rua.
O seu avô paterno, que possuía uma boa condição financeira, passou a interagir com o Lar. Conseguiu a guarda provisória da criança junto ao Juizado, levando-a para outra cidade.
Os dramas infantis existem em todas as classes sociais.
- Eu quero ser adotada
Uma criança chegou com um desejo pouco comum: ser adotada. Não queria de forma alguma retornar para a família.
Geralmente as crianças chegam inseguras e com anseio de retorno para a família de origem. Ela afirmava peremptoriamente que queria ser adotada. Quais seriam os motivos que faziam esta criança rejeitar a família de origem?
O seu sonho foi realizado. Após algum tempo, ela foi adotada.
- Criança por crianças
Em uma noite chegaram quatro viaturas da polícia e um conselheiro tutelar. Estavam levando seis crianças. Foi uma busca e apreensão autorizada pelo Juizado da Infância e Juventude.
A mãe tinha desaparecido e o pai se ausentava prolongadamente, além de suspeitas de agressões físicas a algumas delas.
Quando o conselheiro tutelar e a polícia chegaram à casa das crianças, encontraram apenas a mais velha cuidando das demais. Nenhum responsável estava no ambiente.
Depois de vários meses sendo cuidadas no Lar, elas foram adotadas.
- O retorno
Nem sempre tudo são flores em uma reinserção familiar. Existe uma expectativa, uma torcida para que tudo dê certo. Ao serem desacolhidas, todas são acompanhadas, no mínimo, durante seis meses. Recebem visitas periódicas da assistente social e da psicóloga do Lar.
Após anos de moradia, foram desacolhidas 03 crianças irmãs. Houve uma reinserção familiar.
Meses depois as crianças retornaram à situação original de risco social de alta complexidade. Todas foram reacolhidas no Lar, sendo depois adotadas por uma nova família.
- O outro lado
A mãe visitava a criança esporadicamente no Lar. Ela tinha uma vida desestruturada. O tempo passou. A criança foi adotada.
Depois da adoção e por um bom período, a mãe biológica continuava indo no Lar em busca de informações, carregando nitidamente a dor da separação.
- A poetisa
Um dia uma menina de seis anos chegou para morar no Lar. Estava bem subnutrida e relativamente assustada. Com poucos dias a alegria apareceu no seu rosto e passou a conversar normalmente.
Em certo momento ela disse para uma pessoa que tinha um sonho: ser poetisa. A pessoa ficou surpresa e perguntou se ela sabia fazer poesias.
Ela então disse: “Ontem eu morava na favela do Papelão, hoje eu vivo dentro do seu coração”. A pessoa emocionada a abraçou.
- Eu sou uma filha
Em um dos bate-papos das crianças e dos adolescentes sobre os mais variados assuntos, certa vez conversavam sobre o futuro.
Em certo momento uma menina de 08 anos disse que sabia que um dia deixaria o Lar, mas que ela era uma filha ali. Sentia-se amada, cuidada, protegida, ninguém batia nela, tinha tudo aquilo que nunca pensava em ter.
Ela então parou, se virou para uma pessoa, abraçou e beijou. Simplesmente inesquecível!
- Agressão evitada
Foram morar no Lar dois irmãos de 11 e 10 anos de idade. Logo se percebeu a relação conflituosa e de violência entre eles, que era uma característica do ambiente em que viviam. Uma cuidadora os envolveu rapidamente em um clima de carinho, preocupada com os desdobramentos que este relacionamento poderia gerar.
Com poucos dias vivendo no Lar, ocorreu uma intensa discussão entre eles e o menino mais velho pegou um pedaço de madeira para matar o irmão. A cuidadora que os cativava, apareceu e ficou na frente para que algo de pior não acontecesse. O menino impactado com o gesto, acalmou-se, pediu desculpas e nunca mais um episódio semelhante voltou a acontecer. O cuidado que a cuidadora tinha com ele tocou no seu íntimo, fazendo-o desistir do ato e evitando uma grave tragédia.
- Não estamos sós
Em um dia pela manhã, um menino de 05 (cinco) anos de idade acorda no Lar e diz para uma pessoa que teve um sonho. Falou que uma mulher disse para ele que na tarde daquele dia, chegaria um amiguinho para morar com ele. A mulher também teria especificado o nome desta nova criança.
Não havia previsão de chegada de nova criança neste dia, inexistindo qualquer comunicado dos órgãos competentes. No entanto aproximadamente às 17h chega um novo menino trazido pelo Conselho Tutelar, motivado por uma situação familiar imprevista e emergencial. A nova criança tinha o mesmo nome dito no sonho.
- O perdão
Uma criança carregava uma profunda mágoa da sua mãe. Diversos foram os problemas vivenciados pelas duas, ocasionando o nascimento desta aversão. Ela costumava afirmar que nunca tinha morado no útero materno, pois não admitia esta possibilidade, tamanha a repugnância sentida.
Um dos valores éticos do Lar Paulo de Tarso é a "espiritualidade do ser", que faz parte da educação integral nos seus aspectos biopsicossocial e espiritual.
Assim que esta criança foi acolhida, ela aprendeu a orar o Pai Nosso, participar do Evangelho no Lar, conheceu os ensinamentos de Jesus sobre a fraternidade, o perdão...
Em um belo dia, ela disse que tinha perdoado a sua mãe, bem como na primeira oportunidade iria abraçá-la e beijá-la. Foi um momento emocionante, finalizado com um Pai Nosso feito pela própria criança. O inesquecível reencontro com a mãe ocorreu poucos dias depois.
- O mar
Um casal de irmãos de 08 e 07 anos de idade, nasceu e viveu na cidade do Recife, que possui belas praias. No entanto, estas duas crianças nunca tinham "visto" o mar.
Foi emocionante quando um casal levou os dois para a praia de Boa Viagem. Eles tocavam na areia como se ouro fosse... observavam as ondas quebrando... estavam encantados.
Como teria sido a vida destas crianças, nascidas e vividas em uma cidade litorânea, mas que nunca tiveram a oportunidade de ver o mar?
Momento de reflexão.
- No chão
Foi acolhido um menino para morar no Lar. Durante os primeiros dias ele deitava no chão para dormir, acordando de imediato se fosse levado para a cama. Também foi percebida a total estranheza dele com o banheiro, sempre optando pelos cantos da casa para as suas necessidades fisiológicas.
Este menino só tinha tido vivência de rua, pois teria nascido e morado na mesma até então.
Aos poucos, com carinho e orientação, ele foi sendo educado e tendo uma vida normal dentro do Lar.
- As drogas
No dia a dia do Lar, percebemos o quanto as drogas estão desestruturando as famílias. Uma boa parcela das crianças e adolescentes acolhidos, possui algum dos seus responsáveis no vício das drogas.
Em um episódio com dois irmãos que moraram no Lar, ambos perderam os pais devido a overdose de drogas. Primeiro faleceu a mãe, meses depois o pai.
- Saudades da mãe
Certo dia pela manhã, uma pessoa chegava ao Lar e viu uma cena reflexiva: cinco crianças chorando copiosamente vendo a mãe ir embora, após a mesma ter ido buscar uma ajuda material no Lar.
Esta mãe possuía muitos filhos e, no momento do citado episódio, estava grávida. Por diversos motivos, ficou temporariamente impossibilitada de acolher todos os filhos, sendo esta a razão de alguns deles estarem morando no Lar.
Quando a pessoa viu a cena, abraçou todas as cinco crianças e, sem saber muito o que fazer, começou a orar silenciosamente e pedir inspiração, quando então veio uma intensa vontade de cantarolar a oração de São Francisco de Assis: "Senhor, fazei de mim um instrumento de vossa paz... onde houver ódio, que eu leve o amor... onde houver tristeza, que eu leve a alegria..." e aos poucos, suavemente, as crianças foram se acalmando e também cantarolando com a pessoa.
- Um pequeno grande momento
Uma pessoa dialogava com uma das crianças acolhidas no Lar Paulo de Tarso:
- Quando você chegou aqui no Lar, não sorria e nem gostava de tirar fotos.
Criança: foi mesmo.
- Hoje, você sorri, tira fotos, tem alegria...
Criança: isso mesmo.
- O que mudou em você?
Criança: eu aprendi aqui no Lar que "a vida é bela".
- Um fato reflexivo
Em 22-04-2023, após oito dias do incêndio ocorrido no Lar Paulo de Tarso, uma nossa filha do coração de oito anos de idade, que sobreviveu e teve alta hospitalar no dia anterior, fez um desenho.
Ela pediu papel e lápis, dizendo que faria uma homenagem a uma pessoa. Desenhou e a presenteou, dando-lhe um forte abraço e um beijo no rosto.
Existe um detalhe neste desenho: no dia em que a criança desenhou, ela ainda não sabia que quatro irmãos do coração, em um total de 15 no dia do acidente, já estariam em uma outra dimensão de vida. Só no dia seguinte, foi que a psicóloga dialogou sobre todas as consequências.
No desenho têm 11 crianças, sendo 07 meninas e 04 meninos. Exatamente a realidade no dia, que ela desconhecia por completo. Ela acertou no quantitativo de crianças e também no gênero.
"O verdadeiro amor nunca se desgasta. Quanto mais se dá, mais se tem". - Antoine de Saint-Exupéry
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